Fonte: Português para Passar!
terça-feira, 14 de julho de 2015
domingo, 21 de junho de 2015
Projeto Leitura - Contador de histórias!
A semana que passou recebemos em nossa escola um Contador de Histórias!
Com apoio da Profª Sandra (sala de leitura), os alunos envolvidos no projeto, ficaram encantados e puderam conhecer novas formas de viajar nas histórias.
Agradeço o coordenador do ensino fundamental (Profº Rafael), em dar a oportunidade de realiza meu projeto, meu sonho!EE "Dom Idílio José Soares"
quarta-feira, 3 de junho de 2015
terça-feira, 2 de junho de 2015
Denotação e Conotação
Polissemia
Polissemia
é a propriedade que uma palavra tem de assumir vários significados.
Exemplos:
ü
O
homem tinha uma carreira brilhante.
ü
O
homem oferecer um brilhante em troca
de pão.
É
evidente que a palavra brilhante possui
significados em cada uma das frases. A esse fenômeno chamamos de polissemia.
1)
Denotação – consiste em utilizar a palavra no
seu sentido próprio e único, que não permite mais de uma interpretação. Numa
linguagem mais simples: a palavra que todos entendem da mesma maneira.
Exemplo:
ü
Comprei uma geladeira.
Nesta frase todos
entendem que foi comprado um utensílio doméstico que tem por finalidade
resfriar alimentos.
2)
Conotação - consiste em dar novos significados
ao valor denotativo da palavra.
Exemplo:
ü
Minha
namorada está uma geladeira comigo.
Nesta frase entendemos
a palavra geladeira não com seu sentido normal, mas a ideia de indiferença e
frieza por parte da namorada.
O valor denotativo ou
conotativo depende do contexto em que a palavra se encontra.
Exemplo:
ü
Isaura
estava alegre. (denotação)
ü
Ela
usava um vestido alegre. (conotação)
É isso que chamamos de
sentido próprio (denotação) e sentido figurado ( conotação).
3)
Dialetos - uma língua pode apresentar
diferenciações, modalidades às quais damos o nome de dialetos. Os dialetos existem em função de vários fatores: origem
geográfica, situação social, cultural, idade, profissão e muitos outros. Dessa
forma podemos identificar:
a)
Dialeto
Regional: modo de
falar e escrever próprio de uma região.
b)
Dialeto
Caipira: modo de
falar e escrever de pessoas que não foram instruídas na escola.
c)
Dialeto
Culto: modo de
falar e escrever de pessoas que passaram pela escola. Esse dialeto supõe um
vocabulário mais aprimorado e a observância das regras da língua.
d)
Gíria: modo de falar e escrever de alguns grupos.
No Brasil,
notamos apenas variantes geográficas (sotaque nortista, mineiro, gaúcho, etc.).
O mesmo ocorre entre Brasil e Portugal: as diferenças em nível de vocabulário
na língua culta não são tão expressivas que não permitam a compreensão.
No entanto,
como a língua é um processo dinâmico, as variantes regionais adquirem
características muito distantes da língua culta.
Para
formarmos uma ideia melhor: se formos para Portugal poderemos nos ver, “de
repente, em terríveis águas de bacalhau”. Mas imaginem um português ouvindo o
poema abaixo:
Poema caipira
que revela traços de algum antigo crioulo que se falara no Brasil
Saudosa Maloca
Si o sinhô num tá alembrado
Dá licensa di eu contá
Qui aqui aonde agora istá
Esse adifício arto
Era uma casa véia
Um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Qui eu, Mato Grosso e Joca
Construímo nossa maloca
Mais um dia
Nóis nem pode si alembrá
Veio os home cas ferramenta
O dono mandô derrubá
Peguemos tudo as nossas coisa
E umos pro meio da rua
Apriciá a demolição
Qui tristeza qui nóis sintia
Cada táuba qui caía
Doía no coração
Mato grosso quis gritá
Mais em cimam eu falei
Os home tá cá razão
Nóis arranja ôtro lugar
Só si conformemos
Condo Joca falô
Deus dá o frio
Conforme o cobertô
E hoje nóis pega paia
Nas grama dos jardim
E pr'á isquecê
Nóis cantemos assim
Saudosa maloca, maloca quirida
Din-din-donde nóis passemos
Dias filiz di nossas vida.
Si o sinhô num tá alembrado
Dá licensa di eu contá
Qui aqui aonde agora istá
Esse adifício arto
Era uma casa véia
Um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Qui eu, Mato Grosso e Joca
Construímo nossa maloca
Mais um dia
Nóis nem pode si alembrá
Veio os home cas ferramenta
O dono mandô derrubá
Peguemos tudo as nossas coisa
E umos pro meio da rua
Apriciá a demolição
Qui tristeza qui nóis sintia
Cada táuba qui caía
Doía no coração
Mato grosso quis gritá
Mais em cimam eu falei
Os home tá cá razão
Nóis arranja ôtro lugar
Só si conformemos
Condo Joca falô
Deus dá o frio
Conforme o cobertô
E hoje nóis pega paia
Nas grama dos jardim
E pr'á isquecê
Nóis cantemos assim
Saudosa maloca, maloca quirida
Din-din-donde nóis passemos
Dias filiz di nossas vida.
quinta-feira, 28 de maio de 2015
GAROTO LINHA DURA
“Garoto Linha Dura”
Deu-se que
Pedrinho estava jogando bola no jardim e, ao emendar a bola de bico por cima do
travessão, a dita foi de contra uma vidraça e despedaçou tudo. Pedrinho botou a
bola debaixo do braço e sumiu até a hora do jantar, com medo de ser espinafrado
pelo pai.
Quando o pai chegou, perguntou à mulher quem quebrara o vidro e a mulher
disse que foi Pedrinho, mas que o menino estava com medo de ser castigado,
razão pela qual ela temia que a criança não confessasse o seu crime.
O
pai chamou Pedrinho e perguntou:
__
Quem quebrou o vidro, meu filho?
Pedrinho balançou a cabeça e respondeu que não tinha a mínima ideia. O
pai achou que o menino estava ainda sob o impacto do nervosismo e resolveu
deixar para depois.
Na
hora em que o jantar ia para a mesa, o pai tentou de novo:
__
Pedrinho, quem foi que quebrou a vidraça, meu filho? – E, ante a negativa
reiterada do filho, apelou: – Meu
filhinho, pode dizer quem foi que eu prometo não castigar você.
Diante disso, Pedrinho, com a maior cara-de-pau, pigarreou e lascou:
__
Quem quebrou foi o garoto do vizinho.
__
Você tem certeza?
__
Juro.
Aí o
pai se queimou e disse que, acabado o jantar, os dois iriam ao vizinho
esclarecer tudo. Pedrinho concordou que era a melhor solução e jantou sem dar a
menor mostra de remorso. Apenas – quando o pai fez ameaça – Pedrinho pensou um
pouquinho e depois concordou.
Terminado o jantar o pai pegou o filho pela mão e – já chateadíssimo –
rumou para a casa do vizinho. Foi aí que Pedrinho provou que tinha ideias
revolucionárias. Virou-se para o pai e aconselhou:
__
Papai, esse menino do vizinho é um subversivo desgraçado. Não pergunte nada a
ele não. Quando ele vier atender a porta, o senhor vai logo tacando a mão nele.
Stanislaw Ponte Preta.
apelar:
chamar em auxílio, recorrer a um expediente.
queimar-se:
ficar bravo, zangar-se, irar-se.
reiterada:
repetida, renovada.
emendar:
jogar, chutar.
subversivo:
revolucionário, que quer reformar ou transformar a ordem pública, social ou
econômica estabelecida que defende medidas severas contra a subversão.
espinafrar
(gíria): repreender com dureza, modificar algo; aquele que pretende
destruir ou descompor.
impacto:
choque; impressão muito forte.
travessão:
barra de madeira que delimita a parte superior do gol.
linha-dura:
autoritário, que abusa do poder
sexta-feira, 15 de maio de 2015
Projeto Leitura e Escrita: a mágica do saber!
Hoje início-se o projeto leitura e escrita na E.E. Dom Idílio, Limeira, nas turmas de 6º ano 1,2,3 e 7º ano 1. O projeto visa incentivar os alunos a leitura.
Bem-vindos ao mundo mágico da leitura!
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
CONTO Clarice Lispector - "TENTAÇÃO" para Reescrita - 8º ano EE "Cônego Manoel Alves" - Limeira
Ela
estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era
ruiva.
Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a
cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava.
Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como
se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de
momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que
fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra
desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser
ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca
ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava
sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma
bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já
habituado, apertando-a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade
neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no
ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um
cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset
ruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona,
arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente
avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
Entre tantos seres que estão prontos para se
tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter
aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos,
fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a
desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e
continuou a fitá-lo.
Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe.
Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se
também que sem falar eles se pediam. Pediam-se com urgência, com encabulamento,
surpreendidos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de
tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas
ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá
estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam
profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho
se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
Mas ambos eram comprometidos.
Ela com sua infância impossível, o centro da
inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza
aprisionada.
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol.
O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou
espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe
compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada
sobre a bolsa e os joelhos, até vê-la dobrar a outra esquina.
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só
vez olhou para trás
__________________
Conto
extraído de LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1981.
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